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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O silêncio e o processo de cura da parte de Deus - parte 2

E me revoltei. Depois de tudo o que Deus fez em mim e na minha vida depois de 17 aos de caminhada com Deus, me vi revoltada. Sem entender porque Deus não me falou que aconteceria isso com meu pai. Mas hoje vejo que Deus vinha me preparando de algumas formas, que eu não percebi. Achava que era a minha saudade falando.
Mas entrei em conflito; não em relação à minha fé em Deus, mas passei a achar que me equivoquei quando achava que ouvia Deus falando comigo...olha, ficou uma bagunça aqui dentro...chorei, chorei e me fechei. Sumi. Pouco conversei com as pessoas, me recolhi, minha mãe, minha avó, meu marido, me ofereceram apoio, carinho; choraram comigo, choraram por mim também. E também vi o carinho de tantas pessoas que, mesmo percebendo a minha dor, faziam seu carinho chegar até mim.
Mas eu, literalmente entrei na caverna. Engraçado como você pode viver um cotidiano, o dia a dia, mas dentro de si estar dentro de uma caverna. Eu experimentei isso.
Minha comunicação com Deus silenciou. Pouco conseguia orar. Tenho vergonha em dizer que sequer li a Bíblia como deveria. Quase não li.
Orei pelo meu pai por 17 anos, ou seja, desde que me converti. E de repente, acabou. E eu não entendi nada. Para ser honesta, eu me decepcionei. Dei o último beijo no meu pai já falecido, eu não aceitava isso, que revolta. Deus sabe. Esperei e sonhei outras coisas e agora o que ficava dele?
E pensava: e agora? E agora? Tanta vida com Deus, tantas outras experiências, mas eu travei aqui, meu Deus, não consigo...não consigo sair da caverna...
Minhas emoções em alto e baixo...e dor...
Um dia disse ao meu marido que me sentia assim:” sabe quando você vai na praia, e o mar está bravo, e vem uma onda, você mergulha e quando vai se levantar, vem outra e quando pensava em tomar fôlego vem outra e você afunda e começa a tomar”capote”...então, estou me sentindo assim” parecia estar me debatendo e afundando e engolindo água. Desespero. E pensava: Meu Deus, a sua voz vai atravessar quando essa dor? Quando virá a cura? Tem cura? Não quero a cura do tempo só, eu quero a tua cura, existe a sua cura pra isso? E a sua voz? Só silêncio...e voltava a me debater.
Deus me permitiu ficar alguns dias de férias, tempo abençoado, fez-me muito bem a companhia da família, acabamos rindo e é sempre bom, mas dentro de mim ainda dizia: Cadê a voz de Deus? Era uma procura insistente da mente, do coração, inquietos, porém não busquei. Não tinha forças para buscar.
Chegou o dia de voltar a ministrar no louvor. Depois de tudo, era a segunda vez que ia cantar, cheguei a dizer a Deus: É pela graça, porque, Pai, o Senhor sabe como estou. Como vou cantar estando tão triste, meu Deus...não tenho vontade.Tá “dureza”...E me lembrei sobre sacrifício de louvor. E lá fui eu, pedindo graça a Deus.
Quando ensaiamos “ressuscita-me”, da Aline Barros, eu já comecei a querer chorar, já pensei: pronto, vou começar a chorar no culto e não vou conseguir cantar, ai Jesus...
“Mestre eu preciso de um milagre, transforma a minha vida, o meu estado. Faz tempo que eu não vejo a luz do dia...mestre não há outro que possa fazer, aquilo que só o teu nome tem todo poder, eu preciso tanto de um milagre. Remove minha pedra, me chama pelo nome, muda a minha história...me toca nesta hora, me chama para fora, ressuscita-me...Tu és a própria vida, a força que há em mim, Tu és o Filho de Deus que me ergue pra vencer. Já ouço tua voz, me chamando pra viver, uma história de poder”...
Essa música me acompanhou muito nesse período turbulento.
Na hora do culto, foi benção, tranqüilo. Quando cantamos a “Canção do Apocalipse”, na estrofe: “Jesus teu nome é força, é fôlego de vida, misteriosa água viva” me senti muito tocada, meu interior vibrou com a presença de Deus, foi um momento importante. Abrindo um parêntese, é muito interessante perceber como Deus vai agindo durante o louvor, como aconteceu ali comigo enquanto ministrava. E sei que é assim. E outro louvor que me marcou foi um que acordei com ele na cabeça no dia seguinte ao sepultamento do meu pai: “Eu sei que sempre estás comigo, Senhor, também sei que nada acontece sem a Tua vontade, mas é preciso aprender a confiar em Ti, é preciso aprender a descansar em Ti, Tu és meu Senhor. Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que te amam”. Louvor lindo do Fernandinho. O Louvor é algo poderoso da parte de Deus mesmo, tenho experimentado isso tantas vezes, em tantas momentos. Agradeço a Deus pelas vezes que Ele falou comigo por meio de louvores.
Mas, nesse caso, eu ainda esperava mais de Deus. Eu ainda estava precisando de mais da parte Dele.
E dizia: não tenho forças para buscar essa cura, como vai ser dessa vez?
Esse é meu querido, o Fábio. Me dá apoio, suporte. Me ouve chorar. Passou tantas comigo...nós sabemos e Deus conhece toda a nossa história. Deus  trouxe cura em muitas áreas da minha vida através dele. Homem de Deus, benção pura. Amo você.

Essa é minha avó Dina. Mais que benção na minha vida. Chora comigo, me ouve, ora por mim, torce por mim, me defende, me compreende...minha segunda mãe, de verdade. Amo você, vó.
Minha mãe com o Samuel bem novinho no colo. Minha amiga, pra qualquer hora. O que seria de nós sem Deus, não é, mãe? Amo você. Me defende até debaixo da água. Obrigada pelo apoio, por sofrer junto comigo.
Tem continuação,heim!
Deus os abençoe,
Inté!

4 comentários:

  1. chorando aqui ao ler tua postagem e por saber que a cura já chegou senão voce não estaria conseguindo escrever.
    Caverna doi e as pessoas pensam que é apenas um lugar de esconderijo...espero a luz adentrar as frestas e trazer essa cura tb.
    Sua mãe é mesmo uma pessoa que ajuda e conforta.
    Que Deus continue a abençoar muito essa familia que eu amo
    bjs

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  2. Obrigada querida amiga, sim, graças a Deus, o tempo de cura dessa grande ferida tem chegado sobre a minha vida.
    Que nosso Pai lhe conforte em tudo quando seu coração precisa...beijos, estamos aqui pra qualquer coisa.

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  3. Parabéns Carol criar o blog foi uma excelente iniciativa.
    Escrever é uma ótima terapia, é bom pra quem escreve, porque ajuda a reorganizar as idéias e os sentimentos, e também é bom pra que lê, pois somos abençoados pela sua experiência.
    Continue, gostamos muito.
    Fica na paz, e um grande abraço!

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  4. Olá Thiago, obrigada pela visita! O blog já existe há um tempinho, e agora me senti pronta a escrever sobre tudo isso.
    Fiquem na paz também, abraço!

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